Projeto Fale Com Estranhos

Pessoal,vi em um blog a reportagem e procurei saber sobre ela,achei uma iniciativa super legal e trouxe para vocês também. Na correria do dia a dia,acabamos sufocados com nossas histórias e não contamos a ninguém,por medo do julgamento ou falta de tempo mesmo. Essas pessoas se dispuseram a ouvir e olha só o resultado!! 

Dia desses, uma amiga me perguntou que tipo de gente nos procura para dar entrevistas. “Só deve aparecer maluco”, ela arriscou. Fiquei meio cabreira. “Como assim, só maluco?”, eu quis saber. “Sei lá, gente doida mesmo, com problemas psiquiátricos”, concluiu.

Se fosse, não haveria nenhum problema nisso. Ao contrário, talvez isso tornasse o projeto ainda mais interessante. Mas, em nome do rigor jornalístico, devo esclarecer que não é verdade. Todo tipo de gente dá entrevista para o Fale com Estranhos – lúcidos, lunáticos, homens, mulheres, transexuais, velhos, crianças e, dia desses, um cachorro latiu tanto durante uma conversa que talvez dê até para incluir os animais nesse grupo já tão heterogêneo.

Nunca fale com estranhos, dizem-nos as mães zelosas, desde a mais tenra infância. Sujeitos desconhecidos podem estar imbuídos das piores intenções – e se oferecerem uma bala ou bombom, melhor sair correndo.

Os dois estranhos deste projeto não oferecem doces, mas uma câmera, um microfone e minutos de atenção. Eles podem estar a qualquer momento em qualquer ponto do Brasil, da calçada da avenida Paulista a uma comunidade ribeirinha do Amazonas. Um cavalete amarelo com letras pretas convida os transeuntes a contrariar as ordens maternas. “Olá, venha aqui e fale com estranhos”.

São inúmeros os que atendem ao chamado. Há quem chore a perda de um ente querido. Há quem relate a maior alegria de sua vida, ou deseje os piores infortúnios para um desalmado que lhe partiu o coração. Existem os que informam sobre suas vidas passadas ou revelem participação decisiva nos rumos da economia mundial. Tem quem diga grandes verdades, tem quem invente grandes mentiras.

Os instantâneos de brasileiros comuns de diferentes lugares do país nos perturbam e nos emocionam por mostrar o extraordinário que há em cada um de nós. Somos imperfeitos, contraditórios, incoerentes e eventualmente obtusos, mas somos interessantíssimos.

Todos somos intrigantes. Todos, inclusive você, que está tomando sol na praia ou descendo a escadaria do metrô.

Ouvir você é a nossa missão.

Portanto, ao nos encontrar por aí, esqueça o que dizem as mães. E fale com estranhos. 

(Texto Publicado Pelo Site Do Projeto)

Vi a reportagem no blog Poema Não Cai De Moda

O site do projeto é Fale Com Estranhos