16/08/2014

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“Eu sempre pareci boa demais para lidar com os problemas dos outros. A melhor pessoa para poder dar os melhores conselhos. E por causa disso nunca mostrei o meu ponto fraco. E eu garanto, não foi por falta de oportunidade. Eu sempre fui muito verdadeira com o que eu sentia, e talvez por causa disso, as pessoas só olhavam para o que interessasse e isso não incluía os meus problemas, muito menos os meus defeitos. Ninguém reparava porque nunca me olharam com os olhos da verdade. Nunca repararam que eu também sofria e que por isso muitas vezes me calava. Me calava porque descobri que o silêncio era o meu melhor ouvinte e que não existia ninguém no mundo para me fazer mudar de ideia. Eu conversava com meninas 10 anos mais novas que eu. Olho pro meu passado quando me via chorando por não ter ninguém para me entender ou até mesmo para me ouvir e percebo que nossas vidas não são tão diferentes, e que nem mesmo depois de tantos anos as coisas haviam mudado no mundo, principalmente no meu mundo. Digo palavras de conforto esperando que sirvam de ajuda quando na verdade no fundo no fundo, não funcionaria nada vindo de uma pessoa que diz que é para procurar ser feliz quando nem ela mesma sabe o caminho. Eu me sentia no dever de ajudar nos piores momentos da vida de cada um, porque eu sei o quanto é doloroso não ter um lugar para ancorar nos tempos de tempestade. O problema é que eles me viam como a única pessoa que poderia salva-los. Mas na verdade, eles não perceberam que eu já estava afundando há muito tempo.” 
— Restos de um naufrágio.

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